• +55 11 98718-4240
  • oswrod@uol.com.br

Adultos mais velhos têm mais problemas de saúde quando deixam o sexo

Oswaldo M. Rodrigues Jr.
Psicoterapeuta Sexual e de Casais
Instituto Paulista de Sexualidade
www.inpasex.com.br
www.oswrod.psc.br

O declínio nas atividades sexuais relaciona-se a problemas de saúde com a idade.

Esse declínio refere-se à diminuição do desejo sexual, a frequência das atividades sexuais, a habilidade de um homem ter ereções ou a mulher sentir-se sexualmente excitada. A saúde geral traz questões sobre a autopercepção de saúde, doenças crônicas, diagnósticos médicos de problemas vasculares até câncer.

Estudos de duração de vários anos de seguimento apontam estas questões no mundo ocidental.

Para homens com diminuição de atividades sexuais existe o aumento de doenças de longa duração e maior incidente de câncer. O que se denomina desejo sexual é um parâmetro associado à manutenção de atividades sexuais. A deterioração da saúde geral ocorre nestes homens com menor procura de atividades sexuais. Aqui surgem mais problemas com a ereção peniana.

As mulheres que diminuíram as atividades sexuais passam a observar-se com mais problemas de saúde, e surgem o câncer, doenças coronárias.

Quando escrevemos atividades sexuais temos uma variedade de comportamento e interações que a maioria das pessoas não relaciona como sexo diretamente.

A maior parte das pessoas pensa em sexo como o coito, a relação sexual com penetração. Inclusive muitas pessoas se negam compreender que sexo é muito mais do que a penetração, e aqui temos mais problemas.

Precisamos rever os conceitos sobre o que é sexo, o que significa sexo, ou restringiremos nossas atividades, limitando o que podemos fazer, do que fazemos em relação a sexo.

Sexo sempre foi complicado para o ser humano, e a maior parte da história referiu-se mais à reprodução do que ao erotismo e prazer. Assim, o fortalecimento da ejaculação intravaginal foi preponderante e buscada.

As atividades sexuais são de fato muito mais do que este momento ejaculatório. Infelizmente muitos homens e mulheres ainda seguem estas premissas. Dessa maneira, após os 50 anos uma mulher não podendo reproduzir, engravidar, desconsidera as atividades sexuais, “fechou a fábrica”, como muitas ainda dizem. E afirmam categoricamente, sem apresentar dúvidas. Isto significa que aquilo que estas pessoas, homens e mulheres afirmam, são regras rígidas a serem seguidas. Não podem reproduzir, afastam-se das outras atividades que também são sexuais, negando-se a denominarem de sexo o que seja extra penetração vaginal.

Existem muitas atividades e atitudes sexuais que deixamos de lado quando pensamos regras restritivas sobre o que é sexo.

Carinhos, toques físicos constantes, andar de mãos dadas, abraçar, cheirar, beijos cândidos ou selinhos, tomar banhos juntos, massagear o corpo do outro, dedicar tempo de convivência trocando atenções… estes hábitos são favorecedores do que chamamos de desejo sexual. E nem referimos, ainda, as atividades mais sexuais, a continuidade de uma massagem nas áreas do corpo que percebemos mais íntimas, menos públicas, que apenas permitimos serem tocadas em ambiente de confiança, de segurança.

Outro ponto importante é considerarmos que mudamos ao longo do tempo, e geralmente não percebemos e esquecemos destas mudanças. Assim deixamos de nos adaptar aos novos formatos e exigências do corpo, mas exigimos que este mesmo corpo reaja como se estivesse na adolescência. Precisamos de tempo e de convívio para aprender outra vez como este novo corpo funciona. E precisaremos destes novos aprendizados a cada par de anos, com a mesma pessoa que também precisaremos compreender em suas mudanças corporais, de percepção, para que novas sensações sejam feitas e compreendidas e classificadas como eróticas.

Adaptar-se a cada novo ano será o caminho do prazer!

Nem sempre os médicos com os quais nos consultamos para verificação geral de saúde estão atentos às questões sexuais. Afinal, eles também aprenderam desde a infância de que os mais velhos não fazem sexo, não precisam de sexo. Assim, o profissional de saúde que cuida das faixas etárias mais altas precisam atentar aos comportamentos sexuais variados como expressão de saúde. Reconhecer que um homem ou uma mulher com ais de 50 anos precisa ter e desenvolver comportamentos, atividades, atitudes pró-sexuais em continuidade à vida pregressa. Estes componentes sexuais são previsores de saúde futura nas décadas após os 50 anos de vida.

Você também poderá se interessar por...

Psic. Oswaldo M. Rodrigues Jr.

Psicólogo Licenciado — CRP 06/20610-7 Graduado em Psicologia pela Universidade São Marcos (1984) e mestrado em Psicologia (Psicologia Social) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996). Atualmente é conselheiro da Associação Brasileira para o Estudo da Inadequação Sexual, Assessor de Publicações da ALAMOC – Asociación Latinoamericana de Análisis del Comportamiento y Terapia Cognitivo-Comportamental, Assessor de Relações Internacionais da Sociedade Numismática Brasileira, coordenador do grupo de pesquisas do Instituto Paulista de Sexualidade e diretor e psicoterapeuta sexual e de casais do Instituto Paulista de Sexualidade. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Intervenção Terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas: disfunções sexuais, terapia sexual, sexologia, sexualidade e psicoterapia de casais.